O DIA EM QUE FIZEMOS CONTATO
Um radiotelescópio consiste num instrumento para detecção
e medição da radiação eletromagnética de radiofreqüência, que passa através da
janela de rádio (permite que ondas de rádio de comprimentos de onda de 5 mm a 30 m passem através dela) na
atmosfera terrestre e que atinge a superfície da Terra. Existe uma grande
diversidade de fontes de rádio no interior do Universo, e são necessários
radiotelescópios para detectar tanto as emissões contínuas como as riscas espectrais
específicas.
O radiotelescópio mais simples é constituído por uma antena parabólica
orientada juntamente com os amplificadores respectivos. A superfície parabolóide
do prato refletor reflete o sinal incidente para o foco principal do refletor.
Neste ponto, os sinais de radiofreqüência são amplificados mil vezes mais e
convertidos numa freqüência inferior, intermédia, antes da transmissão pelo
cabo ao edifício de controlo. Neste local, a freqüência intermédia é
amplificada novamente e passa para o detector e para a unidade de visionamento.
Quando as ondas de rádio vão da superfície do refletor ao foco devem estar em
fase, e a superfície do prato deve estar rigorosamente construída.
Para melhorar o problema da construção de grandes pratos com uma precisão tão
elevada foi desenvolvida a técnica de interferometria de rádio. Nesta técnica é
utilizado um conjunto de pequenas antenas ligadas por cabo para simular uma
grande antena de prato.
O interferômetro de 5 km
de Cambridge em Inglaterra é constituído por uma rede de oito antenas
parabólicas, quatro fixas e quatro móveis, dispostas longitudinalmente ao longo
de uma base com 5 km
de comprimento.
O maior interferômetro deste tipo é o VLA (Very Large Array - rede muito
grande)
de Socorro no Novo México nos Estados Unidos da América, que entrou ao serviço
em 1980. É constituído por 27 antenas parabólicas, com 26 m de diâmetro cada uma,
dispostas ao longo de três braços de 20 km cada um em forma de Y.Entre os
radiotelescópios orientáveis de maiores dimensões, atualmente existentes,
encontra-se o de Effelsberg na Alemanha, cuja antena tem um diâmetro de 100 m, e o de Jodrell Bank em
Inglaterra, com um diâmetro de 76
m. O radiotelescópio fixo de Arecibo em Porto Rico tem um
diâmetro de 305 m,
mas só pode observar uma região do céu em torno do zênite.
No entanto, o mais conhecido (embora não sendo capaz
de ser direcionado) é o Radiotelescópio de Arecibo, localizado em Arecibo, Porto Rico.
Outro, também muito conhecido, é o Very Large
Array (VLA), em Socorro, Novo México.
O maior radiotelescópio na Europa tem uma antena de 100 metros de diâmetro,
em Effelsberg, Alemanha,
e também foi, durante 30 anos, o maior, com a possibilidade de ser direcionado,
até à inauguração do Telescópio Green Bank em
2000. O diâmetro típico de uma antena de um radiotelescópio é de 25 metros, e dezenas de
radiotelescópios de tamanho idêntico operam em rádio-observatório em todos o mundo.
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Radiotelescópio Itapetinga, "Atibaia SP" Brasil |
com uma grande antena de quase 14 metros de diâmetro - tamanho muito próximo
ao da antena encontrada em Euzébio, no Ceará,
um dos principais equipamentos que medem a Geodésica
no mundo - que observa, principalmente, dados provenientes do Sol, além de outras fontes
como galáxias
e planetas.
Opera entre as freqüências de 22 e 48 GHz. Em Cachoeira Paulista está localizado um dos
radiotelescópios do Projeto GEM, que mede continuamente a emissão
rádio da Via Láctea na faixa compreendida entre 408 MHz
e 10 GHz.
O DIA EM QUE FIZEMOS CONTATO.
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Radiotelescópio Big Ear, no campus da Universidade de Ohio. As antenas
originais foram desmontadas em 1998. Crédito: Projeto SETI - Search for
Extra-Terrestrial Intelligence. |
Não é segredo para ninguém que diversos cientistas se
dedicam a tentar contato com outras civilizações em outros planetas, mesmo que
estejam há muitos anos-luz de distância. Para isso usam poderosos
radiotelescópios, que tentam detectar algum sinal “não natural” vindo de algum
ponto do espaço. É uma busca ingrata e demorada, que até hoje não apresentou
nenhuma prova da existência de inteligência extraterrestre. No entanto, em
1977, um misterioso sinal foi recebido aqui na Terra e é considerado até hoje o
único sinal que possa ter sido emitido por uma civilização distante.
Anotação do radio astrônomo Jerry Ehman ao lado dos
códigos de intensidade do sinal captado em 15 de agosto de 1977.
Era 15 de agosto de 1977 e como fazia todas as noites,
o radio-astrônomo Jerry Ehman analisava os dados captados pelo radiotelescópio
Big Ear, ou “Orelhão”, da Universidade de Ohio.
Como de costume, a maioria dos sinais captados já
eram bem conhecidos do pesquisador e não passavam de emissões provenientes de
galáxias e satélites. De repente, um fraco sinal diferente dos demais começou a
aumentar gradualmente de intensidade até atingir o pico, decaindo e
desaparecendo em seguida. O
tempo total de detecção foi de exatos 72 segundos e sua intensidade era tão
grande que ultrapassou o limite da escala preparada para as observações.
Pego de surpresa e sem muito tempo para analisar
cientificamente o fato, Ehman escreveu ao lado dos códigos que representavam os
sinais, na folha impressa pelo computador, a intensidade do evento que acabara
de presenciar: “WOW !”
Analisando a posição da antena, conclui-se que as
ondas eletromagnéticas detectadas eram provenientes da constelação de Sagitário
e tinha a freqüência de 1420.4556 MHz, correspondente à famosa linha de 21 cm do hidrogênio, também
chamada de “janela da água” em radioastronomia.
Radiotelescópio Big Ear, no campus da Universidade de
Ohio. As antenas originais foram desmontadas em 1998. Crédito: Projeto SETI -
Search for Extra-Terrestrial Intelligence.
A estrela mais próxima que existe naquela direção
está a pelo menos 220 anos-luz de distância. Desse modo, se o sinal partiu
mesmo daquela região, foi um evento astronômico de gigantesca potência e que
até hoje não foi identificado pelos cientistas.
SINAL DIFERENTE
No entanto, o que mais intrigou os pesquisadores e
tornou o sinal “wow” particularmente interessante, foi o modo como cresceu e
diminui de intensidade durante os 72 segundos de duração. Por quê?
O radiotelescópio Big Ear não é giratório e sim fixo
no solo. Seu movimento de varredura é dado pela própria rotação da Terra e
capta os sinais provenientes do espaço através de um feixe de recepção bastante
estreito apontado para o infinito. Como em todas as antenas parabólicas ou
direcionais, a sensibilidade é maior na região central do feixe, diminuindo nas
laterais. Assim, sempre que uma fonte de rádio vinda do espaço cruzava o
radiotelescópio, essa aumentava de intensidade quando a rotação da Terra trazia
o sinal para o centro do feixe e diminuía logo em seguida.
No caso do Big Ear, a largura desse feixe de recepção
era extremamente estreita, com 8 minutos de arco e qualquer sinal que viesse do
espaço levava sempre 72 segundos para atravessar o feixe. E foi exatamente isso
o que ocorreu naquela noite.
DESCARTANDO HIPÓTESES
Se o radiotelescópio tivesse sido alvo de algum sinal
da Terra a intensidade iria crescer quase que imediatamente e diminuir também
de forma abrupta. Por outro lado, se o sinal fosse proveniente de algum
satélite terrestre também não apresentaria o intervalo de detecção de exatos 72
segundos.
Alguns poderiam supor que algum engraçadinho quisesse
enganar os pesquisadores, simulando uma transmissão clandestina na faixa da
linha do hidrogênio, mas dadas as características do sinal essa hipótese também
foi descartada. Como explicado, a antena do radiotelescópio é fixa e possui o
feixe de recepção extremamente estreito. Para se ter uma idéia, é necessária
quase 6 minutos de varredura para cobrir uma região do céu de tamanho angular
igual à Lua. Em outras palavras, o engraçadinho teria que ir ao espaço,
permanecer imobilizado, ligar seu transmissor e esperar a Terra posicionar a
antena do radiotelescópio à sua frente.
Para ser considerado como vindo de um ponto fixo no
espaço, o sinal deveria crescer, atingir intensidade máxima e decair conforme a
rotação da Terra movimentasse a antena. Além disso, deveria estar na freqüência
da linha do hidrogênio, sugerida para tentar contatos extraterrestres. O sinal
“WOW” cumpriu todos esses requisitos, caracterizando-o como uma verdadeira emissão
vinda de uma fonte fixa do céu, mas de origem desconhecida.
Naquela ocasião, o próprio observatório levantou a
hipótese de que o sinal poderia ser o reflexo de uma transmissão terrestre,
rebatida em algum satélite geoestacionário, mas nenhum satélite encontrava-se
naquela posição do céu no momento do evento.
Pelas razões apresentadas o sinal “Wow” é um forte
candidato SETI (Search for Extra-Terrestrial Intelligence) já que ao que tudo
indica, veio de fato do céu e não foi causado por interferência humana.
DOIS FEIXES – UM SINAL
No entanto, um pequeno detalhe pode afetar o otimismo
dos pesquisadores.
O radiotelescópio da Universidade de Ohio utilizava
dois feixes para fazer a varredura, ambos situados lado a lado. Qualquer fonte
de sinais que viesse do espaço seria captada no primeiro feixe por exatos 72
segundos e 3 minutos depois também seria detectada pelo segundo feixe por 72
segundos, mas isso não aconteceu.
Desde então, diversas experiências foram feitas em
diversos comprimentos de ondas, sempre focadas na mesma direção do céu.
Receptores mais sensíveis foram utilizados e diversos intervalos de tempo foram
escolhidos na tentativa de se captar algum sinal periódico, mas desde 1977
nenhum sinal que chamasse a atenção foi detectado. Até agora, mais de 30 anos
depois, não se chegou a uma explicação lógica sobre a origem do famoso sinal
WOW.
POR QUE HIDROGÊNIO
Todos sabem que o hidrogênio é o elemento mais
abundante do Universo. Sua freqüência natural de emissão é 1420.4556 MHz,
também chamada de linha de 21 cm
ou “janela da água”. Por ser o elemento em maior quantidade no universo,
acredita-se que essa também seja a freqüência mais óbvia para se tentar algum
contato com outras civilizações, tanto para transmissão como para recepção de
sinais. Em 1977 o sinal WOW foi detectado exatamente nessa freqüência.
A WOW! Sinal.
Surpreso com o quão de perto o sinal correspondente a
assinatura esperada de um sinal interestelar na antena utilizada, Ehman circulou o sinal na
impressão do computador e escrevi o comentário: "Uau!" do seu lado.
Esta observação tornou-se o nome do sinal.
Interpretação da carta em papel
A circulados alfanumérico código 6EQUJ5 descreve a intensidade de variação do sinal. Um espaço denota uma intensidade entre 0 e 1, os números
de 1 a 9
denotar as intensidades correspondentemente numerados (1,000-10,000), e as
intensidades de 10,0 e acima são indicados por uma letra ('A' corresponde a
intensidades entre 10,0 e 11,0, 'B' para 11,0-12,0, etc.) O valor de 'U' (uma
intensidade entre 30,0 e 31,0) foi o maior detectado pelo telescópio de rádio,
em uma escala linear, foi mais de 30 vezes mais alto do que o espaço profundo
normal.
A intensidade neste caso é o unitless sinal ruído , onde o ruído se a média para essa
banda ao longo dos poucos minutos anteriores.
Dois valores diferentes para a sua freqüência foi dado: 1420.356 MHz (JD Kraus) e 1420,4556 MHz (JR Ehman). A freqüência de
1420 é significativo para o SETI pesquisadores porque, é fundamentado, o hidrogênio
é o elemento mais comum no universo, e hidrogênio ressoa em cerca de 1420 MHz,
assim extraterrestres pode usar essa freqüência em que para transmitir um sinal
forte.
A freqüência da Wow! Sinal corresponde muito estreitamente com a linha de hidrogênio , que é ao 1420.40575177
MHz. É interessante notar que os dois valores diferentes dadas para a freqüência
da Wow! Sinal (1420.356 MHz e 1420.4556 MHz) é a mesma distância, para a linha
de hidrogênio - o primeiro ser cerca de 0,0498 MHz menos do que a linha de hidrogênio,
e sendo a segunda cerca de 0,0498 MHz mais do que a linha de hidrogênio. A largura de banda do sinal
é inferior a 10 kHz (cada coluna sobre a impressão corresponde a um canal
kHz-gama 10; o sinal só está presente em uma coluna).
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A localização do sinal na constelação Sagitário, próximo do grupo Chi estrela Sagittarii. Devido à concepção da experiência, a localização pode estar em qualquer uma das duas bandas do vermelho, e existe também uma grande incerteza na declinação (eixo vertical). Para maior clareza, as larguras das faixas vermelhas não estão em escala, que devem realmente ser mais estreita. |
A LOCALIZAÇÃO DO SINAL
A localização do sinal na constelação Sagitário , próximo do grupo Chi estrela Sagitário . Devido à
concepção da experiência, a localização pode estar em qualquer uma das duas
bandas do vermelho, e existe também uma grande incerteza na declinação (eixo
vertical). Para maior clareza, as larguras das faixas vermelhas não estão em
escala, que devem realmente ser mais estreita.
Localização do sinal
Determinar uma localização precisa no céu foi complicado
pelo fato de que o telescópio Big Ear
utilizados dois chifres de alimentação para procurar sinais,
cada um apontando para uma direção um pouco diferente no céu após a rotação da Terra ; a Wow! Sinal foi detectado
em um dos chifres, mas não no outro, embora os dados fossem processados de tal
forma que é impossível determinar em qual dos dois chifres os sinais inseridos.
Há, portanto, dois possíveis de ascensão certa valores:
19 h 22
m 24,64 s ± 5 s (chifre positivo)
19 h 25
m 17,01 s ± 5 s (chifre negativo)
A declinação foi inequivocamente determinada a ser -27 ° 03 '±
20'. Os valores anteriores são todos expressos em termos da B1950. 0 equinócio.
Convertido em J2000.0 equinócio , as coordenadas
se tornar RA = 19 h 25 m
31 s ± 10 s ou 19 h 28 m
22 s ± 10 s e declinação = -26 ° 57 '± 20'
Essa região do céu está na constelação de Sagitário , a cerca de 2,5 graus ao sul
da magnitude quinto estrela grupo Chi Sagitário . Tau Sagitário é a estrela mais próxima
facilmente visível.
VARIAÇÃO TEMPORAL
Lote de sinal de tempo x força
O telescópio Big Ear foi fixado e usou a rotação da
Terra para escanear o céu. Na velocidade de rotação da Terra, e dada a largura
do Big Ear da observação "janela", o Big Ear pode observar qualquer
ponto dado por apenas 72 segundos. Um sinal contínuo extraterrestre, portanto,
seria de esperar para registrar durante exatamente 72 segundos, e a intensidade
registrada de que o sinal iria mostrar um gradual pico para o 36 primeiro
segundo até que o sinal atingiu o centro da Orelha do Big observação
"janela" - e em seguida, uma diminuição gradual.
Assim, tanto o comprimento do Wow! De sinal, 72
segundos, e a forma do gráfico da intensidade pode corresponder a uma possível
origem extraterrestre.
Pesquisas para a recorrência do sinal
O sinal era esperado para aparecer três minutos de
intervalo em cada um dos chifres, mas isso não aconteceu.
Ehman sem sucesso olhou para as repetições do sinal
usando Big Ear nos meses após a detecção.
Em 1987 e 1989, Robert Gray procurou o evento usando
a matriz META em Oak Ridge Observatory, mas não
re-detectá-lo.
Em julho 1995 teste de software de detecção de sinal
a ser utilizado em seu próximo projeto Argus pesquisa SETI League diretor-executivo da H. Paul Shuch fez várias deriva-scan observações
de coordenadas do 'Uau' sinal com um telescópio de rádio 12 metros, no Observatório Nacional de
Radioastronomia , Green Bank WV, também alcançar um resultado nulo.
Em 1995 e 1996, Gray também procurou o sinal usando o
Very Large Array , que é significativamente
mais sensível do que Big Ear.
A especulação sobre a origem do sinal
Interestelar cintilação de um fraco sinal contínuo - similar, com efeito, a atmosférica piscar, poderia ser uma
explicação possível, embora isso ainda não excluísse a possibilidade de o sinal
ser artificial em sua natureza. No entanto, mesmo utilizando o
significativamente mais sensível Very Large Array, tal sinal não pôde ser
detectado, e a probabilidade de que um sinal abaixo do nível
da matriz muito grande poderia ser detectado pelo telescópio Big Ear rádio
devido à cintilação interestelar é baixa.
especulações incluem uma fonte rotativa farol-like, um sinal de varredura em
freqüência, ou uma explosão de uma só vez.
“Ehman declarou suas dúvidas de que o sinal é de origem
inteligente é extraterrestre:”. Devemos tê-lo visto novamente
quando olhamos para ele 50 vezes.
Algo sugere que era um sinal de Terra-source que
simplesmente foi refletida fora de um pedaço de lixo espacial. “
Mais tarde, ele se retratou seu ceticismo um pouco,
depois de uma pesquisa mostrou ainda um sinal transmitido da Terra, porém é muito
improvável, devido às exigências de um refletor ter transmitido por estar vinculada
a certa direção dando um sinal de outra natureza.
O sinal MHz 1420 é problemática em si mesma, que é
"espectro protegida": É largura de banda em que transmissores
terrestres estão proibidos de transmitir devido a ser reservados para fins
astronômicos Em seus escritos mais recentes, Ehman resiste "tirar
conclusões a partir de vastas meio vastas de dados" - reconhecendo a
possibilidade de que a fonte pode ter sido de natureza militar ou de outra
forma pode ter sido uma produção da Terra.
Fonte: http://astronomychamber.wordpress.com/tag/radioastronomia/
http://en.wikipedia.org/wiki/Jerry_R._Ehman
http://en.wikipedia.org/wiki/Wow!_signal